Campanha de 2012 custou equivalente a construção de 4 estádios Itaquerão

Quase meio milhão de candidatos a prefeito e a vereador utilizou R$ 4,1 bilhão em recursos públicos e privados, próprios ou captados, diretos e indiretos, para concorrer ao direito de, a partir da próxima terça-feira (1º), influir nos rumos das 5.565 municípios brasileiros.
Em média, a eleição custou aos candidatos R$ 29,44 para cada um dos 138,5 milhões de eleitores. Entre julho e outubro deste ano, os postulantes gastaram recursos equivalentes a cinco obras do estádio Itaquerão, que receberá o jogo inaugural da Copa do Mundo de 2014. De acordo com dados levantados pelo jornal Folha de S. Paulo, parte do custo do pleito municipal já sai dos cofres públicos – cerca de R$ 1,3 bilhão (média de R$ 9,38 por eleitor).

Desse valor, R$ 286,3 milhões vêm do Fundo Partidário (reserva mantida pela União distribuída entre as legendas, proporcionalmente a seu tamanho no Congresso).

Outros R$ 395,3 milhões são gastos operacionais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) (transporte das urnas, segurança, pessoal, material) e R$ 606,1 milhões é o que o Tesouro deixa de arrecadar em impostos com o horário eleitoral gratuito.

Em 2012, as doações registradas ficaram mais transparentes: a Justiça Eleitoral publicou pela primeira vez os detalhes dos doadores antes da eleição. Isso, segundo os especialistas, torna o Brasil um dos países mais transparentes no tocante ao financiamento de campanhas, ainda que a fiscalização dos recursos deixe a desejar.

As doações ocultas, feitas por meio dos partidos e que dificultam ligar doador e receptor, são consideradas benéficas por especialistas, por serem declaradas e teoricamente reduzirem a dependência dos candidatos em relação aos doadores.



Fonte: BN