A Vitrine e o Vento: o sussurro que ronda a praça central
Com contratos prestes a vencer, surgem movimentações discretas que despertam atenção nos bastidores. Nada é dito, mas tudo parece se preparar.
Em uma cidade onde cada esquina guarda histórias e cada rosto conhecido carrega rumores, o silêncio, às vezes, fala mais alto que as palavras.
Nos últimos dias, um detalhe aparentemente comum tem mexido com o faro dos mais atentos: vitrines públicas — daquelas que todo mundo observa, mas poucos comandam — estão prestes a mudar de mãos.
Nada oficial. Nenhum anúncio. Apenas o tempo fazendo o que faz de melhor: virar páginas sem fazer barulho.
E é nesse clima de espera que alguns passos silenciosos voltam a circular. São figuras sem título, sem farda, sem voz pública, mas com o dom de costurar caminhos nos bastidores. Sempre com um olhar à frente, sempre apostando no fim de um ciclo para entrar em outro — mas por portas laterais.
Com fachadas novas e nomes diferentes, surgem empresas que ninguém conhecia. Parecem recém-criadas, mas sabem exatamente onde pisar. O que elas querem? Talvez apenas um lugar na vitrine. Ou talvez o controle sobre o que será mostrado nela.
É impossível dizer com certeza. E talvez essa seja a ideia.
Em tempos em que o silêncio movimenta mais que os discursos, a pergunta que fica é: quem vai ocupar a vitrine quando o relógio zerar?
Jornalista Tiago Portela – DRT 0889
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