18/06/2025

Alerta nacional: Casos de hepatite A entre adultos disparam no Brasil

Ministério da Saúde amplia vacinação para usuários da PrEP em resposta à nova dinâmica de transmissão

O Brasil vive um momento de atenção redobrada diante do avanço da hepatite A entre a população adulta. Embora os dados de 2024 ainda não tenham sido oficialmente divulgados, as estatísticas mais recentes revelam uma mudança significativa no perfil dos infectados e acendem o sinal de alerta para as autoridades de saúde.

Segundo o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais, publicado em 2023 pelo Ministério da Saúde, o número de casos confirmados de hepatite A subiu de 856 em 2022 para 2.081 em 2023 — um crescimento de mais de 140%. A maioria dos registros envolve adultos com mais de 20 anos, totalizando 1.877 infectados nesse grupo. Desses, aproximadamente 70% são homens, segundo dados do próprio ministério.

A principal forma de transmissão do vírus é a via fecal-oral, por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados. No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que práticas sexuais específicas também podem favorecer a disseminação do vírus, o que tem contribuído para o aumento de casos entre adultos.

Diante desse novo cenário, o Ministério da Saúde anunciou a ampliação da vacinação contra hepatite A para usuários da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), medicamento utilizado na prevenção ao HIV. A medida tem caráter preventivo e já está sendo aplicada em todo o território nacional. A meta é imunizar pelo menos 80% dos mais de 120 mil usuários da PrEP atualmente acompanhados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O que antes era mais frequente na infância, em regiões com saneamento básico deficiente, agora preocupa também os adultos, especialmente pela via sexual. Essa mudança epidemiológica exige respostas rápidas e bem direcionadas”, afirma o infectologista Guenael Freire, do São Marcos Saúde e Medicina Diagnóstica.

A vacina contra hepatite A foi incorporada ao SUS em 2014, inicialmente voltada para crianças entre 12 meses e menores de 5 anos. Desde então, os números caíram de forma expressiva: de 6.261 casos registrados em 2013, o país passou a 437 casos em 2021 — uma queda de 93%. Na faixa de menores de 5 anos, a redução foi de 97,3%; entre 5 e 9 anos, chegou a 99,1%, segundo dados do Ministério da Saúde.

Para Guenael, o impacto positivo da vacinação é incontestável. “É evidente que a imunização em massa é a ferramenta mais eficaz no combate à doença. A proteção na infância, ao longo dos anos, contribuiu diretamente para a queda dos casos. Agora, é preciso ampliar esse escudo para os adultos que estão em situação de maior risco”, destaca o especialista.

A vacina contra hepatite A segue disponível gratuitamente para crianças nas unidades do SUS. Já para adultos, pode ser encontrada na rede privada, assim como a vacina contra hepatite B e a versão combinada que protege contra os dois tipos.

O que é a hepatite A

A hepatite A é uma infecção causada por vírus que compromete o fígado, sendo geralmente transmitida por ingestão de água ou alimentos contaminados com fezes. Embora muitas vezes passe despercebida na infância por ser assintomática ou apresentar sintomas leves, a doença costuma se manifestar com mais intensidade em adultos. Os principais sinais são mal-estar, náuseas, dor abdominal, icterícia e cansaço intenso.

Pessoas com doenças hepáticas prévias ou com imunidade comprometida, como os portadores de HIV, apresentam risco aumentado de complicações. Por isso, a prevenção — especialmente por meio da vacinação — é considerada uma das estratégias mais eficazes para conter novos surtos.

Da redação Tv Web Barreiras



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