
Hoje venho falar de um tema que não é do meu cotidiano. Não, por menosprezar, mas, pela falta de domínio, talvez, sobre as questões cristãs. E a abordagem de hoje é o pedido que a CNBB traz, como lema da Campanha da Fraternidade 2012: "Que a saúde se difunda sobre a terra!".
Pois bem, mesmo sendo uma representação cristã católica, a CNBB ultrapassa as barreiras (de propósito ou intencionalmente), quando traz para a sociedade um tema político, polêmico, sério e merece, sim, de fato, da solidariedade de todos: homens, mulheres, representantes políticos, cidadãos comuns, civis e militares. Parabéns!, à CNBB.
Ao longo dos seus 60 anos de existência, a instituição sempre traz temas sociais à toma, que servem de sermões, preces, promessas, etc., aos seus seguidores e fieis brasileiros e, quiçá, do mundo.
O tema “Fraternidade e Saúde Pública” deveria, sim, ser tratado com mais afinco: nos últimos 03 anos, vivenciamos debates acalorados e polêmicos a cerca do aborto: legalização ou não. No meio político, vivenciamos o debate sobre a criação (ou não) do “retorno da CPMF” para a saúde... e o que dizer da Lei Seca, que também entrar em vigor: polemiza, adverte, sugere, evita, mas, certamente não resolve.
O motivo, sabemos: envolve dinheiro, recursos financeiros. Economicamente gera impostos, mantem a sociedade em movimento, gera empregos, surge demandas.
Pois bem, sobre esse prisma das finanças, vivemos um caos: é crise na Casa da Moeda; denuncias de corrupções nas administrações públicas; desvio de verbas; falta infra-estrutura, falta mais médicos, falta educação, lazer, enfim, arrecada-se muito, é verdade, com impostos, mas, gastamos muito mais com essas “demandas emergentes”, que é a saúde.
A saúde deve ser prioridade, sim, pois, trata-se de vida de pessoas. Mas, se avaliarmos bem, a imprudência, a irresponsabilidade, impunidade, facilidade em consumir bebidas e drogas, fragilidade da lei pode contribuir muito pra isso.
Com tudo isso digo o que não é novidade: os acidentados do carnaval precisam ser atendidos no posto médico, no hospital; os esfaqueados e os alvejados de bala, também; o mesmo são aqueles que consumiram bebida alcoólica e drogas, para desintoxicar e recuperar; as mulheres que abortam e, num mal procedimento médico, precisam ser socorridas.
Saúde pública, tem previsão, no Art. 6º Constituição, como direito social e, indo mais alem, no Capítulo II, Seção II, tem artigos específicos sobre tal política. Mas, a grande sacada é que o excesso de bebida alcoólica; a irresponsabilidade na venda de medicamentos abortivos; festas regadas a bebedeiras; punições leves (quando não fica impune) aos que cometem acidentes por uso de bebida alcoólica e a (in)consciência dos gestores públicos é que fazem os “outros” gestores a usarem o que não é previsto, não orçado, colocando a sociedade em risco, pois, falta recurso para outras ações, uma vez que excessivamente e imprevisto foi usado na saúde.
Agora, tem uma outra questão, que é de um público “mais poderoso” (ou mais necessitado?), que são os Planos de Saúde, que usam e abusam do conhecimento da população sobre as regras de contratos e, limitam serviços e procedimentos médicos pelas operadoras dos Planos de Saúde. E, para surpresa maior, ultimamente ouvimos matérias de que uma operadora limitou, inclusive o numero de gasto dos seus clientes/pacientes.
Termino aqui pedindo que tomemos consciência, no sentido de evitar expor a situações de acidentes; evitemos o excesso de bebida alcoólica; aborto, só em caso de ameaça à vida. Políticos, deputados, senadores, dinheiro da saúde, é pra saúde – única e exclusivamente.
Vamos ser mais fraternos, pois, com base nos censos apresentados, os católicos estão diminuindo no Brasil, mas, isso não quer dizer que os princípios devam diminuir; o apego à vida, a luta pela sobrevivência, bem como a necessidade de mantermos vivos, firmes e fortes, precisam está mais presentes nos nossos dias.
E a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, que desde 1952 imprime sua marca de credibilidade confiança da população brasileira, deixo o apelo: que seja promovido debates sobre vários pontos sobre esse tema, envolvendo toda a sociedade, nos diversos segmentos.
Vamos debater a saúde pública, que defendemos e precisamos que seja gratuita e de qualidade.
Viva a sociedade brasileira, que tem, instituições sérias, comprometidas com as causas sociais. Parabéns, CNBB.
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WELLITON DOS REIS SANTOS
Secretário Geral - FETAG-BA
(71) 3878-6850 / 8102-9248
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