O cais que mudou Barreiras: relato da historiadora Ignez Pitta

Historiadora resgata registros da construção que marcou a navegação no Rio Grande e o lazer da cidade

O primeiro porto de Barreiras, utilizado a partir de 1825, não era o mesmo que anos depois passou a ser construído junto ao início do cais. Esse ponto inicial de atracagem ficava um pouco depois da atual ponte de concreto da BR-242, em uma rampa natural que, no fim, quase teve o acesso tomado por uma casa erguida sem documentação, autorizada pela presidência da antiga Fundação Custódia Rocha de Carvalho.

Essa fundação administrava o Colégio Padre Vieira, dono do terreno que, nos anos 2000, foi doado à Universidade Federal da Bahia (UFBA) para a implantação da futura Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob).

A construção oficial do porto foi conduzida pelo prefeito Francisco Rocha e funcionou da década de 1920 até o encerramento da navegação no Rio Grande, em 1970.

Na década de 1920, foi erguido apenas um pequeno cais de tijolinhos, com balaustrada, conforme registros fotográficos. Anos depois, já nos anos 1930, o prefeito nomeado Cel. Abílio Wolney ampliou a obra em pedra, mas a conclusão só veio durante a gestão do prefeito Dr. Almiro Vieira de Mello, chegando ao ponto onde permanece até hoje.

Até a década de 1950, não havia proteção para os pedestres. Foi nesse período que o deputado federal barreirense Dr. Tarcilo Vieira de Mello conseguiu recursos para a instalação da balaustrada, executada em 1950 pela então SUVALE, atual Codevasf.

Com a nova estrutura de segurança, a margem do cais passou a se transformar em ponto de passeio e lazer para a população.

Ignez Pitta - Historiadora de Barreiras