O governo federal iniciou a unificação dos cadastros de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) a partir do número do CPF. A mudança, anunciada nesta terça-feira (16) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e pela ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, marca o fim do número tradicional do Cartão Nacional de Saúde (CNS), que passa a ser substituído pelo CPF em todos os registros.
Desde julho de 2025, o Ministério da Saúde vem realizando uma ampla revisão da base de dados do CADSUS. Em dois meses, 54 milhões de cadastros sem CPF já foram suspensos. A expectativa é de que, até abril de 2026, cerca de 111 milhões de registros inconsistentes ou duplicados sejam inativados, restando apenas os 228,9 milhões de CPFs ativos na Receita Federal. Atualmente, 246 milhões de usuários do SUS já estão vinculados ao documento.
Padilha destacou que a medida representa uma transformação estrutural no sistema de saúde brasileiro. Segundo o ministro, o CPF como identificador único garante mais eficiência, segurança, combate desperdícios e amplia a capacidade de planejamento das políticas públicas. Também possibilita o cruzamento de informações com outras bases de dados do governo, fortalecendo pesquisas e ações estratégicas.
A ministra Esther Dweck afirmou que a integração consolida um processo iniciado em 2023 e que prepara o país para um “Estado digital, inclusivo e confiável”. A previsão é que a mudança facilite a vida do cidadão, que passa a utilizar apenas o CPF em consultas, exames, vacinação e no acompanhamento digital pelo aplicativo Meu SUS Digital.
Para atender pacientes que não possuem CPF, o Ministério da Saúde criou um cadastro temporário válido por até um ano. Estrangeiros, indígenas e ribeirinhos seguirão registrados pelo Cadastro Nacional de Saúde (CNS), agora em caráter complementar.
A transição também alcançará sistemas fundamentais, como a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e o Prontuário Eletrônico da Atenção Primária. A meta é que até dezembro de 2026 toda a rede esteja adaptada ao novo modelo.
De acordo com a pasta, a interoperabilidade entre CADSUS e Receita Federal permitirá ampliar os serviços oferecidos, como o acesso a históricos de vacinação e a medicamentos do Programa Farmácia Popular. Além disso, gestores terão dados mais confiáveis para avaliar políticas públicas e combater fraudes.
O secretário-adjunto da Receita Federal, Gustavo Manrique, classificou o anúncio como “um marco histórico”, reforçando que a consolidação do CPF como identificador único é fruto da cooperação entre órgãos federais.
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