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A NECESSIDADE DO REFÚGIO DE 50% PARA MAIOR EFICÁCIA E DURABILIDADE DA PROTEÍNA


Um fato determinante para os produtores rurais que deve ser cumprido à risca é a área de refúgio de soja GM Bt, “Intacta RR2 PRO”. Para cada hectare de soja Bt deve ser plantado um hectare de refúgio, ou seja, uma área mínima de 50%. E nessa área de refúgio estruturado não devem ser realizadas pulverizações com inseticidas a base de Bt (bacillus thurigiensis).

Plantando mais de 50% de soja Bt com uma só proteína, as lagartas ficam resistentes mais rapidamente e a proteína CRY 1Ac (da soja Intacta) será perdida. Se tivermos 50% ou mais de soja não Bt, as mariposas desta soja irão cruzar com as da lavoura de soja Bt e os indivíduos resultantes serão suscetíveis à proteína em questão. Assim, manteremos por mais tempo a durabilidade da tecnologia.

O risco de diminuir a eficácia e durabilidade da falta de prática do refúgio de 50% é grande. Os produtores que insistem no descumprimento têm falhas e baixa durabilidade durante o mau uso da tecnologia Bt. Os produtores de milho Bt do oeste da Bahia reclamam muito da falta de resposta e retorno econômico. Plantam o milho Bt, pagam altos valores de royalts e mesmo assim têm que aplicar inseticidas.

No milho Bt, no primeiro ano, tivemos um excelente controle de lagartas e no quinto ano, a eficácia já tinha caído para menos de 50%. Nesta safra 13/14 a eficácia caiu em media para menos de 20% de controle de lagartas. Isso ocorreu porque, nos últimos anos, os produtores não conseguiram plantar áreas de refúgio estruturado, numa porcentagem suficiente. No caso do milho, a recomendação dos entomologistas é de 20% não Bt como área de refúgio.

É importante reforçar que o refúgio deverá estar a uma distância máxima do não Bt de 800 m. Esses refúgios deverão florescer no mesmo período que os Bt ao lado.

As tecnologias Bt não são 100% eficazes, portanto deveremos complementar o controle de pragas dessas lavouras com controle biológico de lagartas, como ocorre na Austrália e, às vezes , de químico também.

As pragas como percevejo e mosca branca em lavouras Bt não serão controladas pela tecnologia. Ao contrário, às vezes até incidem em maior percentual em lavouras Bt, pois nesses casos as pulverizações são muito poucas e algumas pragas sobem de importância.

A Soja Intacta (BtRR) não controla as lagartas do gênero Spodopteras. A eficácia é média (apenas de supressão) em lagartas do gênero Helicoverpa. As falsas mediadeiras também não terão 100% de eficácia.

É importante lembrar para não utilizar nos refúgios aplicação de isca tóxica para controle de Mariposas. Precisamos das mariposas das áreas não Bt para cruzarem com as mariposas da lavoura bt.

Há mais de 20 proteínas Bt utilizadas nas culturas no mundo todo. Uma das principais é do grupo CRY 1 (Cry 1Ac- soja Intacta; CRY 1Ab; Cry 1F, etc..). Quando as lagartas começam a adquirir altos níveis de resistência em uma dessas proteínas, as demais do mesmo grupo também correm sérios riscos de resistência.

A finalidade de manter por mais tempo as tecnologias Bt é para utilizarmos bem as ferramentas de biotecnologia e termos retorno dos royalts que pagamos. Quando o produtor de milho paga R$200,00 a 300,00 por hectare uma tecnologia Bt e não tem eficácia ele tem custo redobrado. Tem que aplicar defensivos e pagar os royaltys.

Outros esclarecimentos podem ser buscados em sites da AIBA/ABAPA/FBA/AEAB/AGROLEM, sobre o Programa Fitossanitário do oeste da Bahia.


Ascom.

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