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Primeira Ong a operar na causa animal no Oeste Baiano, a Liga de Ordem para Bichos Órfãos já propiciou a adoção de cerca de 4 mil animais em 8 anos de atuação |
O Brasil tem hoje a segunda maior população de cães e gatos do mundo e, segundo estatísticas da Organização Mundial de Saúde, existem mais de 20 milhões de cães vivendo em estado de abandono nas ruas. Buscando mudar essa vergonhosa realidade ao menos na cidade de Barreiras, a Ong Liga de Ordem para os Bichos Órfãos - LOBO, surgida em 2005 e oficializada em 2007, vem garantindo uma vida digna e assegurando os direitos dos animais.
Magros, famintos, doentes, sujos, vivendo nas ruas sob sol forte, frio intenso e maus tratos. Invisíveis aos olhos da sociedade, eles, os animais de rua, ou melhor, abandonados nas ruas, são hoje muito mais que uma realidade infeliz e dura: são uma questão de saúde pública. Rejeitados e deixados por quem um dia lhes prometeu amor e proteção, estima-se que, de 10 animais desamparados nas ruas, 8 já tiveram um lar.
Primeira organização não governamental no oeste baiano voltada para a causa e proteção animal, a LOBO não tem qualquer apoio do poder público. Os gastos mensais giram em torno de 4 mil reais. “Mantemos a Ong praticamente com recursos próprios. Somos 4 pessoas e contamos com a ajuda de veterinários, empresários e cidadãos sensibilizados com a causa. Contudo, precisaríamos de um auxílio bem maior. São poucas as pessoas que abraçam esta causa. No geral, preferem ajudar abrigos de gente”, declarou a comerciante Janete Lauck, uma das protetoras e sócia fundadora da entidade.
Segundo ela, a LOBO depende da solidariedade e ajuda de toda a população para que a missão da Ong seja cumprida: “Toda e qualquer ajuda é muito bem-vinda, mas a principal delas é ajudar a disseminar a importância da adoção”. Atualmente, o canil da instituição tem cerca de 60 cães e 40 gatos. Trata-se de números rotativos, haja vista que diariamente chegam e saem animais.Posse Responsável Gasta demais, cresceu muito, faz xixi pela casa, ficou doente, precisa de muita atenção, tem temperamento difícil, é travesso demais, não se dá bem com outros animais, vou mudar de casa...
O que não faltam são desculpas de tutores que, sem a mínima estrutura psicológica e afetiva, maltratam ou descartam seus bichos de estimação. Desde o surgimento da Ong até agora já foram adotados cerca de 4 mil bichos. Todos os animais são tratados, vacinados e castrados. E vale lembrar que não é preciso esperar as feiras de adoções que a instituição realiza periodicamente em Barreiras. Quem desejar adotar um amigo-bicho basta ir até o abrigo, apresentar cópia da identidade, do comprovante de endereço e fazer uma doação de ração. “O mais importante é ter responsabilidade e amor pelo animal que será adotado. Falta conscientização. Muitas pessoas ainda vêem os animais como objetos que podem descartar diante de qualquer dificuldade ou simplesmente porque não querem mais”, frisa Janete Lauck. Quando um animal é adotado ou comprado, é preciso ter em mente que se trata de uma relação duradoura de 10, 15 ou mais anos, e que durante este tempo há uma série de responsabilidades para com este animal, desde educá-lo, protegê-lo, dar a devida atenção e carinho, bem como arcar com todas as despesas, como alimentação e remédios.
Castração
Um dos maiores desejos da instituição é, através do poder público, viabilizar a castração gratuita a toda sociedade. “As castrações dos animais da LOBO são custeadas com recursos próprios, por isso não podemos estender o projeto a população. Mas, com a ajuda do poder público municipal, poderemos fazer isso, evitando assim que mais animais sejam abandonados nas ruas da cidade”, destacou Lauck. Ainda de acordo com ela, é um trabalho difícil, mas cheio de recompensas: “Quando chego ao abrigo (raros os dias que não estou por lá) e olho nos olhos de cada uma daquelas criaturas que estão sob os nossos cuidados por abandono, maus tratos ou para que não sejam sacrificadas no CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), vejo que nossa atuação vale muito à pena.
Amo cada um deles como se fossem meus. Meu sonho é que um dia não haja mais animais nas ruas, e para que isso aconteça, nosso foco é o projeto de castração. É a única forma de, em longo prazo, livrar todos os animais do abandono”. Ser abandonado por seu dono é uma experiência devastadora para um cão. Esses animais, que tem os lobos como ancestrais, são programados pela evolução para seguir o líder da matilha, e no caso dos cães de estimação, esse líder é justamente o dono, sem ele o animal fica desorientado e sem referências. A única forma de reverter o tormento desse cão abandonado é encontrar um novo dono para ele.
Um cão chamado Lobo
A ideia de criar a LOBO surgiu após a atual presidente da Ong, Rita de Cássia, tentar salvar a vida de seu cachorro chamado Lobo. Mas, sem suporte adequado, ela não conseguiu e o animal morreu vítima de Leishmaniose. Rita então reuniu um grupo de amigos sensibilizados com a causa animal e criaram a Ong a 8 anos atrás. Antes da existência da instituição, quando o CCZ apreendia um animal, após 3 dias, se ele não fosse resgatado, ele era executado.
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Atualmente, esse ciclo de mortes acabou. O abrigo está aberto a todo animal doméstico ou domesticado e a orientação é que ao invés de abandoná-los, entregue à Ong. Para quem é louco por bicho como a LOBO e deseja fazer parte desta causa, seja adotando um amigo animal que trará alegrias e o privilégio de ser amado incondicionalmente ou fazendo doações de ração, medicamentos, utensílios, visite o canil da entidade (de segunda a sábado, das 9:30 às 11:30, e das 15:30 às 17:30), na Rua do Bambuzinho, nº 120-A, Loteamento Maria Percília, saída para Brasília, nas proximidades da garagem da Real Expresso.
Ou entre em contato através dos seguintes telefones: 77-3611-3525/3612-3861/9975-2338/9912-9421. As doações também podem ser feitas nas Clínicas Chuchu Dogs, Animal Lab, Clínica dos Bichos, Climev e Centrovet, todas parceiras da LOBO. Em caso de denúncias de maus tratos e abandono ligue para 77-3613-1600/9997-0202.
Fonte: Fala Barreiras
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