Toronto, Canadá, 17 Jul 2015 (AFP) - O nadador brasileiro Thiago Pereira foi desclassificado na final dos 400 m medley dos Jogos Pan-Americanos, nesta quinta-feira em Toronto, e perdeu o título que faria dele o maior medalhista da história do evento, igualando a marca do esgrimista cubano Erick López (22).
Com a punição de Thiago, que chegou em primeiro lugar na prova, a medalha de ouro foi para outro brasileiro, Brandonn Almeida.
Brandonn, de apenas 18 anos, completou a prova em 4 minutos, 14 segundos e 47 centésimos, quebrando o recorde mundial júnior, na frente do canadense Luke Reilly (prata, 4:16.16) e do americano Max Williamson (bronze, 4:16.91).
A delegação brasileira protestou contra a punição de Thiago, com a esperança de reverter a decisão, mas o recurso não foi acatado e a desclassificação foi confirmada oficialmente.
Imagens da TV mostram que Thiago pode não ter tocado a borda com as duas mãos ao mesmo tempo no nado de peito, o que é passível de eliminação.
"Dizem que fui desclassificado por não ter tocado simultaneamente, mas faço isso assim desde que tenho quinze anos", defendeu-se o brasileiro.
"O juiz disse que eu não coloquei uma das mãos quando dei a virada antes da última volta, mas tenho certeza que coloquei. Talvez não tenha colocado de forma paralela, uma pode ter ficado mais em cima que a outra, mas eu toquei", insistiu.
"Não é justo ver tanto esforço ir por água abaixo", resumiu o nadador, que conquistou a medalha de prata dessa mesa prova dos 400 m medleu nos Jogos Olímpicos de Londres-2012.
- Outra desclassificação dá bronze a Joanna -'Mister Pan' já havia conquistado três medalhas nesta edição, com ouro nos revezamentos 4x100 m e 4x200 m, e bronze nos 200 m peito, chegando a 21 medalhas.
Desta forma, tornou-se o maior medalhista da história do Brasil em Jogos Pan-Americanos, superando a marca do também nadador Gustavo Borges.
O nadador de 29 anos ainda terá duas oportunidades de alcançar o recorde absoluto de medalhas, no sábado nos 200 m medley, sua prova mais forte, e no revezamento 4x100 m medley.
Ele também estava inscrito nas provas dos 100 m costas e 100 m borboleta, mas desistiu de disputá-las por conta do desgaste acumulado ao longo da competição.
"Não estou triste por não ter conseguido empatar o recorde de medalhas em Jogos Pan-Americanos, mas porque me negaram o que ganhei na piscina. Ainda haverá outras provas para igualar e quebrar este recorde, mas isso não importa agora", completou o brasileiro.
Pouco antes de Thiago ser punido, por incrível que pareça, a vencedora da mesma prova no feminino, a canadense Emily Overholt, também foi desclassificada.
"Nas duas provas de 400 m medley os campeões foram desclassificados. Nunca vi isso", reagiu Gustavo Borges no Twitter.
A desclassificação da nadadora da casa acabou beneficiando a brasileira Joanna Maranhão, que chegou em quarto, mas levou a medalha de bronze, sua segunda neste Pan, depois dos 200 m borboleta.
A pernambucana de 28 anos vibrou muito com seu tempo, 4:38.07, a primeira vez em dez anos que nadou abaixo dos 4:40, batendo o recorde sul-americano.
O título acabou indo para a americana Caitlin Leverenz (4:35.46), que disputou a liderança braçada a braçada com Overholt.
Quem levou a prata foi outra nadadora do Canadá, Sydney Pickrem, apenas quatro centésimos mais rápida que a brasileira.
Como o Brasil no caso de Thiago, o Canadá também protestou contra a decisão dos juízes.
- Prata no revezamento feminino -Joanna subiu mais uma vez ao pódio na última prova da noite, o revezamento 4x200 m livre feminino, conquistando a medalha de prata ao lado de Jéssica Cavalheiro, Manuella Lyrio e Larissa Martins.
As brasileiras fizeram uma belíssima prova, lutando até a fim pela a liderança com os Estados Unidos.
Joanna soma sete medalhas em Jogos Pan-Americanos, cinco de bronze (duas em Toronto, e outras em Santo Domingo-2003, Rio de Janeiro-2007 e Guadalajara-2011) e duas de prata (ambas em Guadalajara).
Manuella Lyrio também tinha ganho outra medalha em Toronto, quando faturou o bronze na quarta-feira, na prova individual dos 200 m livre.
Nos 100 m borboleta, as brasileiras Daynara de Paula e Daiene Dias ficaram na beira do pódio, terminando em quarto e quinto lugar, respectivamente, na prova vencida pela americana Kelsi Worrell.
No total, a natação brasileira soma 14 medalhas em três dias de competição na piscina de Toronto, com seis ouros, uma prata e sete bronzes.
Fonte: Uol Esporte.
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