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ADVOGADA RESPONSÁVEL POR DELAÇÕES PREMIADAS DIZ QUE VAI DEIXAR CASOS


A advogada responsável por nove delações premiadas na Operação Lava Jato deixou os casos.

Uma advogada discreta, de poucas declarações públicas. O nome de Beatriz Catta Preta ficou conhecido no ano passado.

Ela defendeu o primeiro delator da Operação Lava Jato: o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.

De lá pra cá, já são 18 delatores na operação. Nove eram clientes dela. Paulo Roberto Costa, a mulher, duas filhas e dois genros. Além do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, do ex-executivo Augusto Mendonça e do ex-consultor Júlio Camargo, do grupo Toyo Setal.

Na segunda-feira (20), Catta Preta comunicou ao Supremo Tribunal Federal e à Justiça Federal em Curitiba que estava se desligando de todos os casos.

A advogada já tinha virado alvo de dois requerimentos na CPI da Petrobras. Um para convocá-la a explicar a origem do dinheiro de seus honorários e outro para divulgar a lista de clientes. Os requerimentos foram apresentados quando se soube que Camargo citaria pagamento de propina ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do PMDB, em seu novo depoimento, como aconteceu na semana passada.

Os pedidos foram feitos por um aliado de Cunha, o deputado Celso Pansera, também do PMDB e integrante da CPI. No dia 9 de julho, a convocação foi aprovada.

A CPI também aprovou outro pedido de Pansera, desta vez para quebrar o sigilo de parentes do doleiro e delator Alberto Youssef. O ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello suspendeu a decisão, alegando falta de indícios de envolvimento da família.

Youssef também fez acusações à Justiça Federal na semana passada.

"Quero deixar claro que eu estou sendo intimidado pela CPI da Petrobras por um deputado, pau-mandado do senhor Eduardo Cunha", afirma Alberto Youssef.

O deputado é Pansera, segundo a defesa de Youssef.

Procurado, o deputado disse que nunca recebeu orientação de Eduardo Cunha. Negou que queira constranger a advogada e disse que a saída dela do caso é uma estratégia da defesa para confundir a Justiça.

O juiz Sérgio Moro deu prazo de cinco dias para o Ministério Público Federal se manifestar sobre o pedido da CPI para saber quem são os clientes da advogada. Mas já sinalizou que não aceitará o pedido porque entendeu que "se trata de uma especulação abstrata".

Segundo ele, "não se vislumbra motivo concreto para, entre tantos e tantos acusados, ter sido selecionada pelo deputado exatamente a advogada”.

E citou a decisão do ministro Marco Aurélio, alegando que causaria constrangimento aos acusados e seus defensores.

O juiz pediu que a Ordem dos Advogados do Brasil se manifeste.

Em nota, o presidente da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, reforçou o pedido para que a advogada não seja convocada pela CPI, e se a convocação for mantida, que Catta Preta não seja obrigada a fornecer qualquer informação que viole o sigilo profissional, o que fere a Constituição e o estatuto dos advogados.

O Jornal Nacional tentou falar com a advogada Beatriz Catta Preta, mas ela não atendeu às nossas ligações.

O deputado Eduardo Cunha afirmou que não vai comentar a decisão da advogada.

Sobre as acusações de recebimento de propina, Eduardo Cunha disse, na semana passada, que Júlio Camargo foi obrigado a mentir. O deputado negou todas essas acusações.

Sobre o depoimento de Alberto Youssef, a assessoria de Eduardo Cunha tem declarado que o parlamentar não comenta o que chama de leviandades.

Fonte: Jornal Nacional

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