Divulgador da Telexfree é acusado de dar golpe de R$ 2 milhões
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Sanderley Rodrigues é processado nos EUA por formação de pirâmide financeira |
Um defensor polêmico do marketing multinível, processado nos Estados Unidos por formação de pirâmide financeira, é um dos divulgadores da Telexfree que usa canais no Youtube para captar membros para sua rede.
> Sede da empresa nos Estados Unidos na verdade é escritório virtual
Sanderley Rodrigues Vasconelos é o dono da antiga empresa Phoneclub, com sede em Vitória e que também tem ligação com Massachusetts. Lá, ele era proprietário da empresa Universal Foneclub Corporation, fechada pela Securities and Exchanges Commission (SEC). O órgão atua de forma semelhante ao Comissão de Valores Mobiliários e é especializado em identificar fraudes. Sann, como é conhecido pela internet, gravou um vídeo para mostrar o que diz ser as instalações da Telexfree americana. Ele diz que o local é um “quartel general” da companhia.
“Nós estamos na sala de reuniões da Telexfree, na sede da empresa aqui nos Estados Unidos. Essa estrutura foi criada para que você alcance resultados extraordinários”, diz no vídeo. A reportagem questionou Sanderley sobre a estrutura de funcionamento da empresa, do departamento de tecnologia da informação e sobre os funcionários da sede norte-americana. Ele disse somente que essas informações só poderiam ser repassadas por Carlos Costa, um dos sócios da Telexfree, que é de Vitória. “Não sei. Isso você deveria perguntar ao Costa ou a outra pessoa da empresa.
Não tenho essa informação”, disse. O empresário que subiu e caiu com o fechamento da FoneClub nos EUA em 2006 pode ter dado prejuízo de mais de US$ 1 milhão (R$ 2 milhões) a brasileiros na América. Na época, 1.183 pessoas ficaram sem receber os rendimentos. A maioria, por ser brasileira ilegal nos EUA, não procurou a SEC com medo de ser deportada. Segundo a SEC, a Foneclub operava um “esquema de pirâmide”, no qual pessoas são atraídas a investir com a promessa de retorno dos seus investimentos. O órgão alega que o sistema viola leis americanas.
Sann conseguiu se livrar das acusações após afirmar ao tribunal americano que errou por não conhecer as regras corporativas e financeiras do país. No Espírito Santo, Sanderley é alvo de dois processos do Ministério Público Federal. As denúncias do órgão à Justiça dizem que o empresário comercializava de maneira irregular produtos da área de telefonia. A Phoneclub aqui no Brasil atuava com a venda de um aparelho de VoIP não homologados pela Anatel. Em Goiás, pessoas ligadas à empresa chegaram a ser presas em 2009. A Polícia Civil daquele Estado alegava formação de pirâmide financeira.Minientrevista Sanderley Rodrigues de Vasconcelos tem redes em diversas empresas de marketing multinível: Emway, Monavie e Telexfree. Conheceu esse tipo de negócio aos 19 anos. Atuou na AmeriPlan, uma empresa de marketing multinível para serviços de saúde e diz ter conseguido bons resultados como divulgador. Em seguida, resolveu criar a Phoneclub.
Ilegalidades
“Dois advogados me disseram que estava tudo certo e eu lancei a Phoneclub. Ela teve sucesso nos dois meses de vida. Entraram 1233 pessoas. Um belo dia, vi uma manchete de jornal com advertência, dizendo que a minha empresa podia estar fazendo esquema de pirâmide. Pensei: meu Deus será que estou fazendo alguma coisa errada?”.
Erro
“Fui ao Google e digitei advogado de marketing multinível (em inglês) e vi que existe advogado para isso. Contratei um dos melhores, que veio de Chicago para o meu escritório, em Boston. Mostrei o plano de marketing para ele, que logo viu que eu estava fazendo coisa errada. O valor da adesão estava errado. Estava cobrando valor muio alto para a adesão”.
Limites
“Os US$ 299, valor que os Estados americanos não fazem olho feio, é de adesão das pessoas. O resto é entregue em produtos, onde perfeitamente a Telexfree se enquadra. Uma pessoa, quanda paga US$ 1.375, na verdade, são US$ 50 são para entrar. O resto é produto”.
Valores
“A Phoneclub tinha adesão de US$ 9,90 até US$ 999, que já era errado, e o máximo, se não me engano, era US$ 3,9 mil, o que era errado porque era só para adesão. O adovagado me falou que eu tinha que colocar US$ 200 de adesão e o restante entregar em cartão telefônico. Aí estaria tudo correto, mas não deu tempo de fazer isso, já fui acionado pela Justiça”.
Negócios no Brasil
“Resolvi abrir uma empresa, pequeninha, em 2006, em Vitória, a Phoneclub. Também de VoIP. Vi as leis brasileiras e não queria errar. A empresa começou, mas alguns distribuidores se juntaram com um sócio, roubaram meu software e criaram outra empresa. Aí começou o problema, porque quem saia da empresa e ia para essa outra começou a meter processos”.
Telexfree x Phoneclub
“São completamente diferentes. A Phoneclub tinha um erro no plano de marketing. Eu não conhecia a lei. A Telexfree não tem erro. Lembre-se: são US$ 50 dólares para entrar na Telexfree. Para entrar na Phoneclub era até US$ 999. A média do valor permitido na América é US$ 299, comumente aceito nos 50 Estados”.
Proprietário?
“Quando se tem bons resultados, algumas pessoas vão te admirar. Mas vai ter uma turma que vai dizer que você é chato, mentiroso, corrupto. Vai ter uma turma que vai falar mal. É porque a Phoneclub não deu certo. Eu decidi que não quero mais ser dono de empresa de multinível. Vou ser distribuidor de coisas que eu acredito serem corretas”.
Vídeo
“Fiz um vídeo para mostrar a sede da Telexfree para a minha rede. Coloquei no Youtube, mas um desses caras que não gostam de mim ou tem medo que a rede dele venha trabalhar comigo colocou lá que o ‘picareta ataca novamente’. Falaram que a Multiclick e a Telexfree eram minhas. Nada disso é meu”.
Fonte: A Gazeta/Globo
Agora ele vai pra cadeia!
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