Na última terça-feira (16/12), o jornalista João Paulo Cunha pediu demissão do Estado de Minasdepois de 18 anos na publicação. Ele resolveu deixar o jornal após ser proibido pela direção de escrever sobre política na coluna que assinava semanalmente no caderno “Pensar”.
À IMPRENSA, o jornalista conta que foi chamado na semana passada pelo editor geral, que o comunicou da proibição por parte da diretoria. “Achei que essa postura é de censura. Pedi que ele fosse claro, se de fato era censura. E ele confirmou. Não é algo compatível com o jornalismo e rompe com a liberdade de expressão”, afirmou.
Dos 18 anos que trabalhou para o Estado de Minas, João Paulo estava há 17 à frente da editoria de cultura. A coluna que mantinha no suplemento era conhecida por fazer análises políticas. O último texto foi publicado no dia 6 deste mês.
Intitulado "Síndrome de Capitu", ele questiona a falta de uma oposição responsável no Brasil. "Há grandes projetos que impulsionam uma vida e moldam expectativas de futuro, algo que ganhou o belo nome de utopia", diz um trecho do texto.
Procurada, a diretoria do jornal não retornou o contato de IMPRENSA para falar sobre a saída do jornalista a suposta "censura" a ele.
Sindicato dos jornalistas repudia medida
À IMPRENSA, o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, Kerison Lopes, criticou a conduta do jornal e ressaltou que a demissão de João Paulo representa uma das maiores perdas para o jornalismo mineiro.
“Ele é reconhecido por todos como um dos mais cultos jornalistas com uma formação humanística enorme. A tradição profissional dele representa uma grandiosidade para a imprensa”, declarou.
“Não é só o Estado de Minas que perde. Os maiores prejudicados são os leitores. O Sindicato espera que seja o último ato de censura praticado na era tucana em Minas Gerais. Isso mostra os 12 anos de censura em Minas. O jornal perde junto sua credibilidade”, acrescentou.
Crédito:Sindicato dos jornalistas de MG
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