A abertura do ano
letivo da UFOB contou com as presenças do Governador do Estado, Prefeito
Municipal, Deputados Estaduais, Federais, políticos de carteirinha e correligionários
misturando-se entre pais de alunos, convidados, curiosos, imprensa e alunos
possessos. Porém, se conseguissem prever
a consequência que esse movimento político iria resultar, provavelmente teriam
optado com uma solenidade apenas acadêmica. Seria de bom alvitre considerar
isso até para novos eventos.
Bastou abrir a solenidade para que os protestos
estudantis se manifestassem. Nem o barulho dos tambores da fanfarra poderiam
abafar as vaias que solaparam os discursos. Ninguém foi poupado. A Pró Reitora
foi a primeira vitima dos apupos, gritos e insistentes protestos. Tentou
explicar e justificar o inexplicável e não sabia mais se terminava o discurso
ou continuava sendo hostilizada. Queria ser breve, chegou até a declarar essa
intenção e acabou por insistir até não poder mais se sustentar.
O campeão das vaias foi o Prefeito que começou a sofrer
quando antes do discurso citaram seu nome. Quando discursou, tentou desviar a
atenção para citar realizações completamente fora do contexto acadêmico. E os
protestos só se intensificaram. O Governador falou, falou e não convenceu.
Também não foi poupado. Suas palavras de efeito que sempre provocam os naturais
aplausos foram abafados pelas insistentes vaias.
Esse era eminentemente um evento acadêmico e os estudantes
não paravam de entoar frases de protestos coordenados. Quem apurou os ouvidos
ouviu desabafos como esses: “... curso com só um professor” ou “... e o
refeitório e os laboratórios? E os mais afoitos declaravam aos berros:
“Ditadura” ou “ ... salvem a UNEB”
Refletindo a situação, foi constrangedora. Mas indo ainda
mais profundamente nessa questão chega-se a conclusão que não foi. Apenas o
manifesto pacífico de estudantes que foram enganados, tripudiados e esquecidos.
E que estavam dando um sinal de alerta para os novos egressos: “Aqui não é nada
do que vocês pensam que vão encontrar”. Até comentaram que um ato político que
faz um prédio com salas de aula com estrutura invejável para o município, mas
completamente vazio como finalidade. Onde estão os professores, os
laboratórios, o funcionamento regular do refeitório e do transporte escolar
entre tantas outras coisas reivindicadas?
Ao final os políticos simplesmente debandaram e um aluno
afoito tomou o microfone e saudou a caloura de medicina que acabara de ganhar
um jaleco branco. “parabéns por ingressar nessa faculdade e conhecer o inferno
do ensino universitário no interior da Bahia”. Lamentável e de fato
constrangedora declaração inflamada de quem já sabe que possivelmente a
politica criou mais um “elefante branco”.
Finalmente considerando que o habito não faz o monge, nem
mesmo um jaleco branco faria um médico, os governantes precisam urgentemente
reverter essa situação se quiserem “pongar” novamente num evento acadêmico de
alunos que já são estudantes.
Da redação Guto de Paula/TV WEB BARREIRAS
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