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A presidente da Argentina, Cristina Kirchner (Enrique Marcarian/Reuters) |
A presidente Cristina Kirchner anunciou nesta quinta-feira a criação de uma estatal para medir a audiência da TV na Argentina. O Sistema Federal de Medição de Audiências (Sifema) será executado por onze universidades públicas. A estatal vai concorrer com a brasileira Ibope.
“Queremos fazer um sistema totalmente transparente e auditável por todos. Para os empresários primeiro, para que saibam quanto está sendo cobrado. E também para que nós argentinos saibamos quais são nossas preferências e nossos gostos”, disse a presidente, em declaração reproduzida pelo La Nación.
O sistema, apresentado como “confiável e legítimo”, será utilizado para medir o rating na TV analógica, digital, a cabo e satélite. Cristina criticou a medição realizada atualmente, afirmando que se restringe a região da capital - “somos muitos os que queremos saber o que é visto no país”.
Em entrevista a VEJA, o jornalista Jorge Lanata, apresentador de TV que mais denuncia a corrupção no país, afirmou que o governo argentino se sente incomodado com a questão da audiência. “Embora seus membros e empresários amigos tenham investido milhões de pesos em veículos de comunicação, nenhum programa chapa-branca consegue mais de 3 pontos de audiência.” Para tentar tirar audiência de Lanata, o governo até mudou o horário do campeonato de futebol, para que os jogos coincidissem com o horário do programa do jornalista.
A relação de Cristina Kirchner com a imprensa é bastante turbulenta. A mandatária tem como meta governar sem uma imprensa livre no país. Uma das prioridades de seu governo foi fazer valer a Lei de Mídia, aprovada em 2009, que limita o número de licenças de rádio e televisão a que cada empresa tem direito. Um dos maiores afetados é o Grupo Clarín, um dos maiores críticos da presidente.
Impostos – A criação da empresa foi anunciada junto com mudanças na tributação para a mídia impressa – que terá de ser analisada pelo Congresso. Pela proposta, as alíquotas do imposto sobre valor agregado (IVA) vão oscilar entre 2,5% a 10,5%, de acordo com o tamanho da empresa. A presidente defendeu a alteração dizendo que o sistema ajudará as pequenas empresas a “fazer frente aos grandes monopólios”. Acabar com os monopólios também foi o argumento utilizado para defender a Lei de Mídia.
O evento também serviu para inaugurar a nova sede da agência oficial Télam, um prédio de oito andares em Buenos Aires. O presidente da agência, Santiago Álvarez, é integrante do grupo juvenil La Cámpora, liderado pelo filho da presidente, Máximo. “No ano que vem serão completados 70 anos desde que Juan Domingo Perón criou esta empresa e estou convencido de que, com a política deste governo para a imprensa pública, vamos ter outros 70 anos de Télam”, disse Álvarez, que assumiu o posto no início de 2012.
Fonte: Veja Online
Fonte: Veja Online
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