Exclusivo: Jeová Cardoso se retrata em juízo e pede perdão a Zito Barbosa por vídeo com acusações de traição
Durante audiência virtual, ex-assessor da Prefeitura reconheceu que passou dos limites ao atacar o ex-prefeito; caso segue em tramitação e pode gerar precedente sobre crimes virtuais na política
O ex-assessor político da Prefeitura de Barreiras, Jeová Cardoso Ribeiro, recuou publicamente das acusações feitas contra o ex-prefeito João Barbosa de Souza Sobrinho — conhecido como Zito Barbosa — e pediu perdão formal durante uma audiência judicial realizada de forma virtual, no dia 23 de maio, no Juizado Especial Criminal da Comarca de Barreiras.
A retratação foi resultado de uma queixa-crime por difamação, movida por Zito após a veiculação de vídeos nas redes sociais em que Jeová o chamava de “sem palavra”, “traidor” e “especialista em traição política”. As declarações foram publicadas em julho de 2024 e ganharam ampla repercussão, sendo compartilhadas em diversos grupos de WhatsApp.
Na audiência, Jeová compareceu virtualmente ao lado de seu advogado e reconheceu os excessos, declarando arrependimento pelas palavras proferidas e formalizando o pedido de desculpas diante do juiz.
Ação inclui pedido de indenização e restrição de internet
Além do pedido de retratação, a ação movida por Zito também solicita a condenação por danos morais no valor de 30 salários mínimos, com base no artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal. O processo segue tramitando e aguarda sentença definitiva.
A defesa do ex-prefeito ainda requereu medida liminar para proibir o uso da internet por parte do réu, como forma de impedir a continuidade de novos ataques. A solicitação foi fundamentada em jurisprudências do STF e STJ, que reconhecem o uso abusivo de redes sociais como agravante em crimes contra a honra. No entanto, o juiz não analisou esse pedido durante a audiência, uma vez que houve manifestação conciliatória por parte da defesa do acusado.
Acusações partiram de vídeo com críticas pessoais
No vídeo que motivou a denúncia, Jeová acusava o ex-prefeito de “trair todo mundo de Barreiras e São Desidério” e dizia que Zito havia sido “expulso” de outros grupos políticos por falta de palavra e compromisso. As falas foram consideradas ofensivas à imagem pública de Zito Barbosa e apontadas como violação ao artigo 139 do Código Penal, com agravantes por terem sido cometidas contra agente público e por meio da internet.
O caso ocorre em um momento de tensão entre antigos aliados políticos na cidade, e levanta debate sobre os limites da liberdade de expressão no ambiente digital, especialmente em contextos eleitorais.
Tentativa de contato
A equipe do Portal TV Web Barreiras tentou contato com o ex-assessor Jeová Cardoso Ribeiro por meio de ligações telefônicas, mas até o fechamento desta matéria, ele não atendeu às chamadas.
A expectativa é de que a sentença seja divulgada nas próximas semanas. O desfecho do processo pode representar um marco jurídico local sobre o uso das redes sociais na política e os limites legais da crítica pública entre adversários e ex-aliados.
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